Poeminha #103

essas palavras repetidas
expõem o problema real
esse medo de perder
antes mesmo de te ter
esse beijo que cura
e machuca
me faz querer correr
e ficar
fico sem saída
e sem lugar

Poeminha #102

aquele sorriso escapou de mim
já fazem alguns anos
eu não gosto desses espelhos
me perdi no meio do caminho
não sei como voltar para o que já fui
acho que não é mais possível
esse lado sombrio já tomou conta
perdeu a forma de Inocência
meus olhos pesam mais e mais
depois de tanto tempo me adaptando
esqueci o que realmente é meu
e o que sei não me agrada mais
simplesmente perdi o controle de mim

Poeminha #101

essa peça que falta
nunca vai ser encontrada
as palavras fogem da mente
como fujo da vida faz tempo
essa realidade estragada
que aprendi a disfarçar
com um sorriso montado
tudo não passa de uma desculpa
por ser simplesmente quebrada
um defeito de fabrica
que me faz incompleta
não importa a situação
o final continua o mesmo
e a única certeza
é a dor presente

Poeminha #100

tenho esses momentos de refletir
que nunca tem um bom resultado
sempre fico com medo de voltar naquilo tudo
cair de novo, sem ver
afundando rápido
antes mesmo de acabar de escrever
como se qualquer vento me quebrasse
fica essa incerteza do que preciso
perdi o meu chão uma vez
e estou voltando a andar sozinha
mas nunca mais sera seguro
não que realmente fosse antes
mas agora só afirma a verdade
aprendi a ver o mundo real
e descobri que não é tão bonito assim
como se faltasse uma peça
que só o errado pode preencher
talvez eu queira um motivo pra sofrer
porque qualquer coisa é melhor que esse vazio
e no meio de tantos pensamentos
percebo que não tenho nada
nada preenche o que foi tirado
e eu nem ao menos tenho alguem pra contar
só me escondo atrás dessas palavras
tentando substituir o apoio que tive um dia

Poeminha #99

hoje doí ouvir as nossas risadas
olho pra trás e não consigo lembrar
quando é que ficou tão ruim?
sorrir ao seu lado era simples,
natural.
lembro de tudo e não seguro o riso
como eramos felizes, era puro
posso saber pelo som que ficou aqui
agora sobrou um buraco eterno.
ninguem vai ser, o que você foi um dia
porque nunca mais vou me entregar
como me entreguei pra você.
viramos uma daquelas memorias,
que dói lembrar,
mas não quero nunca me esquecer
porque naqueles dias, eu daria a vida por você.

Poeminha #98

como a vida pode ser tão cruel?
nos faz jurar o pra sempre
e depois só ficamos com o nunca mais
porque as coisas boas vão embora,
e só deixam esses restos que doem
como um cristal, foi quebrado
e jamais cicatrizou
continua sangrando e sangrando
queima internamente,
tornando meu interior em cinzas.
respiro fundo e sinto as lagrimas ali,
mas nunca cheguei a chorar por isso
e tenho medo que esse dia chegue.

Poeminha #97

tenho essa mania boba
de achar que alguem se importa
que as pessoas realmente são boas
ou que não fazem por mal,
mas só olhar pra mim mesma
e vejo que não há nada
alem de uma essência egoísta
natural de todos nós.
o real é sempre mais cruel
do que pensamos
até o amor da minha vida
já partiu meu coração
algumas vezes.
como posso pedir ao mundo
que ele seja certo
se eu mesma,
já sou cheia de erros?